Nos últimos tempos temos assistido a alguns episódios com alguma piada, ou então mesmo sem piada alguma!
Era uma vez, num país à beira mar plantado um professor fez umas piadas sobre a licenciatura (ou falta dela) de um certo e determinado primeiro-ministro e levou com um processo disciplinar. Este episódio isolado tem alguns pontos bem preocupantes.
Em primeiro lugar, num país que se diz democrático é complicado perceber-se como pode alguém sofrer um processo disciplinar por mandar uma piadas, sejam elas de bom ou mau gosto.
Em segundo lugar, igualmente preocupante é o da piada ter sido dita numa conversa particular e ter chegado onde chegou, ou seja, a uma senhora bastante zelosa pelo bom nome desse tal primeiro-ministro e ter dado inicio ao tal processo disciplinar. Pode ser cá só da minha mente, mas isto cá faz-me lembrar relatos da PIDE ou da policia na antiga RDA onde metade da população vigiava a outra metade!!! Mas enfim, deve ser confusão minha...
Depois, vieram relatos de tentativas de controlo da comunicação social. À partida, nada de novo, porque nesse tal país isso não é coisa nova. Quem quer que esteja no governo gosta de ter um certo controlo sobre os media, mas pelos relatos dos próprios jornalistas, parece que estamos a bater novos recordes. Ainda me lembro de uma entrevista, no primeiro canal de televisão pública desse país, a propósito da tal licenciatura , onde o tal primeiro respondeu a uma jornalista de forma que ela passou o resto da entrevista com medo e a pedir-lhe desculpas...
Como se isto fosse pouco, nos últimos dias vimos mais um episódio ser divulgado onde uma responsável por um centro de saúde foi exonerada porque um médico desse centro colocou uns cartazes humorísticos em protesto contra a politica de saúde do governo (desse tal país, está claro). Ao seu bom estilo democrático, esse governo resolveu exonerar a tal responsável por falta de lealdade à tutela, quando ela nada teve a ver com a colocação dos cartazes. Caso a colocação dos cartazes fosse algo de incorrecto ou ilegal, estaria a pagar o justo pelo pecador, mas pelo que vejo, aqui nem sequer há pecador!!! Só falta mesmo saber, quem irá ocupar o lugar deixado então vago... Quer-me cá parecer que deve ser alguém que não gosta de cartazes ;)
Juntando a tudo isto, temos empresários que dão dinheiro para estudos sobre localizações de aeroportos mas que não querem os seus nomes divulgados para evitarem reacções do governo (do país deles, está claro), reacções que passam por exemplo, por excluir as suas empresas de concursos públicos ou apoios por parte do estado.
Das consequências deste tipo de estado para a economia falarei noutro post porque este já vai longo e o objectivo dele é reflectir a forma de governação desse país, liderada pelo seu primeiro-ministro.
O maior exemplo de democracia que vi na vida, foi na série Family Ties onde os pais do Alex foram presos por irem a uma manifestação. Quando os avós foram ver os pais do Alex à prisão disseram: "Podemos não concordar com vocês, mas que democratas seriamos nós se não defendêssemos o vosso direito à opinião".
A meu ver, é esta forma de pensar que faz falta a muita gente, nesse país à beira mar plantado...
Para quem não percebeu a razão pela qual não falo de nomes concretos neste post, a razão é tão simples quanto o querer evitar o que está a acontecer ao autor do blog que começou as dúvidas sobre a licenciatura do tal primeiro-ministro. É melhor prevenir que remediar... "Eles andem aí"!!!
If it looks like a duck, if it quacs like a duck, if it walks like a duck, well, its a duck...
quarta-feira, 4 de julho de 2007
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